Aspectos Geográficos
O concelho de Castro Verde, do distrito de Beja, ocupa uma área de 569,3 km2 e abrange cinco freguesias: Casével, Castro Verde, Entradas, Santa Bárbara de Padrões e São Marcos da Ataboeira.
O concelho encontra-se limitado a norte pelos distritos de Aljustrel e de Beja, a sul pelo de Almodôvar, a oeste pelo de Ourique e a este pelo de Mértola.
Este concelho apresentava em 2001 um total de 7603 habitantes.
Possui um clima mediterrânico, com um período seco de cerca de 80 a 100 dias, durante o Verão, em que a temperatura média varia entre os 28 °C e os 30 °C. No Inverno, as temperaturas são relativamente baixas.
A sua morfologia é marcada pela serra de São Pedro das Cabeças, com 245 metros, e pela de Amendolira, com 214 metros.
Dos recursos hídricos a referência vai para a ribeira da Nova e para a ribeira
de Cobres.
História e Monumentos
Terá sido em redor de um velho castro lusitano, decerto com muita vegetação (verde), que se fixaram as primeiras populações e, a partir daí, foi-se promovendo o desenvolvimento destas terras. A este facto também se deve, provavelmente, a toponímia do concelho.
Na época dos Romanos, as populações formavam um povo com características muito próprias, que acabou por ser aculturado, aculturando, contudo, também os Romanos.
Terá sido nestas terras, mais precisamente no outeiro de S. Pedro das Cabeças, que terá culminado a Batalha de Ourique, ocorrida nos Campos de Ourique, a que pertence Castro Verde, com a decapitação dos resistentes inimigos.
Neste local foram encontrados vários esqueletos separados da caveira, que comprovam a degolação dos reféns, mandada executar por D. Afonso Henriques.
Em 1510, foi-lhe outorgado foral por D. Manuel I.
A nível do património arquitectónico, destaca-se a Igreja Matriz, que apresenta um arco triunfal e uma pia de baptismo renascentista, possuindo azulejos que retratam a Batalha de Ourique.
É de realçar ainda a Igreja das Chagas do Salvador ou da Nossa Senhora dos Remédios, que é forrada a azulejos do tipo holandês e que possui nas paredes quadros alusivos à Batalha de Ourique.
São ainda de referir a Igreja da Misericórdia, a Capela de São Miguel, a Capela de São Martinho e a Capela de São Pedro das Cabeças, que simboliza e assinala o lugar onde se terá travado a já referida Batalha de Ourique.
Tradições, Lendas e Curiosidades
Neste concelho abundam as manifestações populares e culturais, sendo de destacar a festa de S. Pedro, realizada a 29 de Junho; os Encontros de Castro, que decorrem no terceiro domingo de Outubro; a festa dos Mastros Populares, em Junho; a Feira de Castro, realizada no terceiro domingo de Outubro, os mercados quinzenais e as feiras anuais, a 20 de Janeiro e a 5 de Maio.
No artesanato destacam-se as profissões de ferreiro e de abegão (carpinteiro de carroças).
Como instalação cultural, destaca-se o Museu da Lucerna.
Economia
No concelho predominam as actividades ligadas ao sector primário, seguidas pelas do sector secundário, com a indústria de extracção mineira, vindo depois pelas do sector terciário.
A agricultura mantém uma grande importância, facto comprovado pela percentagem de área concelhia dedicada a esta actividade, cerca de 77%, destacando-se os cultivos de cereais para grão e de leguminosas secas para grão, os prados temporários e as culturas forrageiras, as culturas industriais, o pousio, os prados e as pastagens permanentes.
A pecuária regista ainda alguma importância, nomeadamente na criação de ovinos, bovinos e aves.
Cerca de 1971 hectares do seu território correspondem a área coberta por terrenos florestais.
Igreja Matriz de Castro Verde
Dominando a vila alentejana de Castro Verde ergue-se, imponente e altiva, a Igreja Matriz, consagrada a N. S. da Conceição. Originalmente, este edifício religioso pertenceu à Ordem de Sant’Iago da Espada.
O actual templo é uma ampla construção do século XVII, marcado por estrutura arquitectónica de depuradas linhas e contida decoração.
A fachada é marcada por um singelo portal rectilíneo, rematado por frontão curvo interrompido e encimado por janela rectangular. Lateralmente, sobressaem, pela sua monumental volumetria, as duas torres sineiras, rematadas por pináculos e facetada cobertura de coruchéus campaniformes.
O corpo da igreja apresenta espaçosa nave única, tendo as suas paredes revestidas por panos de azulejos setecentistas, contendo belas composições de albarradas e a interessante narrativa histórica da Batalha de Ourique. De acordo com a tradição local, este confronto – do qual hipoteticamente resultou a aclamação de D. Afonso Henriques como primeiro rei de Portugal – terá sido realizado nos arredores desta vila do Baixo Alentejo, num local conhecido por S. Pedro das Cabeças. Contrastando com este revestimento cerâmico decorativo e figurado estão as estruturas retabulares de talha dourada, que submergem o interior numa profusa e exuberante decoração barroca setecentista.
Na capela-mor, coberta por abóbada de berço caiada e pintada com policroma decoração barroca, o destaque vai para o revestimento de azulejos barrocos, de fabrico lisboeta e datados de 1713. O friso superior da ousia é preenchido por grandes e policromas pinturas barrocas com episódios da vida de Cristo.
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